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Depressão

   Toda a gente já sentiu ou irá sentir tristeza. Normalmente, sentimo-nos tristes quando nos deparamos com uma perda, seja de local de trabalho, um amigo que viaja para longe, um relacionamento amoroso que termina, um ente querido que morre, entre outras variadíssimas perdas que todos nós sofremos ao longo da vida. Além disso, podemos também sentir tristeza quando não nos sentimos realizados ou quando nos deparamos com um problema sem solução aparente. Assim, a tristeza é uma reação normal e necessária ao processo de adaptação, para que, posteriormente, seja possível canalizar energias para a realização de mudanças necessárias que a perda originou.

E estar triste significa estar deprimido?

   Não necessariamente! A depressão é mais do que uma tristeza que dura alguns dias, contudo uma tristeza prolongada pode originar depressão. Apesar de a depressão poder manifestar-se de diversas formas, caracteriza-se, na sua essência, por uma visão negativa do eu, dos outros e do mundo e/ou do futuro (Beck, 1964), que se prolonga pelo menos durante duas semanas consecutivas. Assim, pessoas deprimidas tendem a prestar mais atenção e a dar mais importância à informação que confirma o seu estado de humor negativo ou, mesmo que recebam informação positiva (por exemplo um elogio), tendem a desvalorizá-la. Este enviesamento da informação é, muitas vezes, um dos grandes responsáveis pela manutenção e agravamento da depressão!

Esteja atento(a) a alguns sinais de alerta!

  •  Sentimento de tristeza e/ou vazio a maior parte do dia;

  •  Diminuição do interesse ou prazer em quase todas as atividades;

  •  Perda de energia e/ou cansaço durante a maior parte do dia;

  •  Alterações de humor (por exemplo sentir-se mais irritado, sem paciência, com maior tendência a discutir com os outros);

  •  Alterações do padrão de sono (dormir mais ou menos horas do que o habitual);

  •  Perda ou aumento significativo de peso sem estar a fazer dieta;

  •  Aumento ou diminuição acentuada do apetite;

  •  Sentimentos de desvalorização ou culpa excessiva quase todos os dias;

  •  Diminuição da capacidade de concentração, alterações de memória, maior dificuldade em tomar decisões;

  •  Pensamentos recorrentes acerca da própria morte, ideias ou tentativas de suicídio (por exemplo vontade de morrer e/ou desaparecer).

A depressão pode durar anos?

   Algumas pessoas podem manter os sintomas depressivos durante vários anos. De facto, se os sintomas se prolongarem no tempo, durante pelo menos dois anos, forem menos intensos e persistentes e causarem menor sofrimento e prejuízo nas diversas áreas de vida da pessoa, falamos de Distimia e não da Depressão que habitualmente conhecemos (Depressão Major). 

A Depressão é um problema sério e pode afetar qualquer um de nós! Com a ajuda de um profissional pode ser mais fácil reduzir os sintomas e ter uma vida melhor!

Alguns conselhos úteis:

  • Se notar alguns dos sintomas mencionados, procure um profissional devidamente qualificado!

  • Procure envolver-se em atividades físicas e sociais, mesmo que inicialmente não sinta vontade!

  • Desenvolva atividades que mantenham o seu cérebro ativo (cálculo mental; sopa de letras; palavras cruzadas; ler, etc).

  • Seja mais compassivo consigo, um grande passo para viver uma vida equilibrada e feliz é aceitar que não somos perfeitos, que a vida por vezes nos traz coisas desagradáveis, e que isso acontece a toda a gente, faz parte da vida! Se quer saber mais consulte aqui informação sobre (auto)compaixão.

  • Procure pessoas próximas para conversar! A expressão dos sentimentos e emoções ajuda-nos a aliviar a dor e a ver as coisas em perspetiva.

  • Questione-se mais acerca do que pensa. Nem tudo o que a nossa cabeça nos diz é verdade!

  • Mime-se! Faça coisas que lhe dão prazer, atreva-se a comprar um presente para si, vista aquela roupa preferida que já não veste há tanto tempo, saia à rua e desfrute o seu dia, repare nos pormenores, nas pessoas que passam por si, nas árvores pelo caminho, nas cores das casas, dos carros...

  • Viva o presente! Note o mundo à sua volta, aqui e agora. A sua cabeça leva-o(a) muitas vezes para o passado ou para o futuro, mas se vir bem, apenas o presente existe!

 

 

Referências bibliográficas

 

APA (2013). Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders- DSM-5. Washington DC: New School Library.

 

Beck, A. (1964). Thinking and depression: II theory and therapy. Arch Gen Psychiatry, 10, 561-71.

 

Beck, A. (1993). Cognitive therapy and the emotional disorders. New York: American Library Trade.

 

Gilbert, P. (2005). Compassion-conceptualisations, reasearch and use in Psychotherapy. London and New York: Routledge.

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