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(auto)COMPAIXÃO

   O desenvolvimento de compaixão é apontado pelas lições orientais budistas, há centenas de anos, como uma prática capaz de melhorar o bem-estar das pessoas. Dalai Lama define a compaixão como uma sensibilidade ao sofrimento, quer do eu, quer dos outros, e o profundo comprometimento em tentar aliviar esse sofrimento.

   Kristin Neff (2003), investigadora recente deste tema, tem apontado a autocompaixão como um fator psicológico protetor, isto é, uma característica capaz de prevenir e proteger as pessoas do desenvolvimento de problemas psicológicos. A autocompaixão envolve:

  • Ter uma mente atenta e aberta ao próprio sofrimento;

  • Ser gentil e não-julgador(a);

  • Ter a consciência de que a humanidade partilha experiências de sofrimento comuns (não estamos sozinhos no nosso sofrimento).

 

   Sentir que cuidam de nós, que nos aceitam e que, portanto, pertencemos a alguém ou algum grupo é fundamental para a maturação psicológica e bem-estar. Este estado de acalmia e segurança está fortemente relacionado com baixos níveis de depressão, ansiedade e stress bem como com altos níveis de energia e motivação.

O que é ser autocompassivo?

   É desenvolver em nós um local de conforto, um porto de abrigo, um lugar seguro. É ter a competência de nos acolhermos em momentos difíceis. A vida é imprevisível por natureza, cheia de surpresas inesperadas e estamos todos “no mesmo barco”, a vida é assim para todos nós, sem exceção. Momentos difíceis todos iremos passar e é importante que consigamos tranquilizar-nos, sentindo-nos cuidados pela nossa própria presença, pela nossa bondade e gentileza.

Agir de forma compassiva implica o desenvolvimento de determinação para sermos corajosos o suficiente para seguirmos o caminho que valorizamos, mesmo que isso implique a confrontação com situações difíceis, que não escolhemos mas que se cruzaram connosco (morte de um familiar, amigos conflituosos, colegas que sempre gozaram connosco e nos fizeram sentir pequenos).

 

Dicas para ser autocompassivo

 

  • Não se critique demasiado!

  • Procure adoptar visões mais sábias e úteis em momentos difíceis:

    • O sofrimento é inevitável porque a vida é imprevisível, todos sofremos nalgum momento da nossa vida;

    • Os momentos díficeis fazem parte da vida, mas não duram para sempre;

    • Elogie-se quando alcança algo que queria.

 

 

Referências bibliográficas

 

Ekman, P. & Davidson, R. J. (1994). The Nature of emotion: Fundamental questions. Oxford University Press: New York.

 

Gilbert, P. (2005). Compassion-conceptualisations, reasearch and use in Psychotherapy. London and New York: Routledge.

 

Neff, K. (2003). Self-compassion: an alternative conceptualization of a healthy attitude towards oneself. Self and Identity, 2, 85-101. DOI: 10.1080/15298860390129863

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